quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Sintese sobre: Os conteúdos identificados no projeto a ser desenvolvido com seus alunos inserido no currículo formal

Currículo e ensino não são sinônimos, embora sejam conceitos inter-relacionados. A elaboração de um currículo depende diretamente da concepção de conhecimento, ensino e aprendizagem que se tem. O currículo tem sido orientado à transmissão de conhecimentos socialmente válidos e resultante de uma seleção organizada intencionalmente com o objetivo de que o aluno alcance
determinados resultados. No entanto, o desenvolvimento do currículo na realidade da escola e no contexto da sala de aula vai além das grades curriculares e envolve toda a escola, a vida dos alunos, o entorno
escolar, os acontecimentos locais e globais que interferem no sistema de relações estabelecido na dinâmica do processo educacional.
Temos consciência de que o uso de tecnologias de informação e comunicação, que surgiram separadas, convergiram e passaram a compor um único dispositivo, modificam profundamente o modo
como desenvolvemos atividades. Discutimos as mudanças que a Internet está provocando em nossa vida,nas compras, no sistema bancário...
Neste curso olhamos para a escola, as tecnologias, os projetos e o currículo...
Os projetos de trabalho que começam em sala de aula podem continuar em outros lugares e tempos, do mesmo modo que podem originar-se de acontecimentos externos à escola.

Atv 3.5 - Projeto de Trabalho em Sala de Aula com a Integração de Tecnologias ao Curriculo

Escola a ser desenvolvida o projeto

E.E. Presidente Médici



PROJETO
(Mitose e Meiose através de Parodias)









Naviraí, Novembro 2011












Escola Estadual Presidente Médici


Autor: Mauricio Candido









PROJETO
Mitose e Meiose através de Parodias



Projeto apresentado ao Núcleo de Tecnologia Educacional (NTE) da cidade de Naviraí do Mato Grosso do Sul- com a utilização das novas tecnologias como recursos pedagógicos, Curso TICs, visando a melhoria do ensino/aprendizagem, ministrado na sala de Tecnologia Educacional, desta escola, sob orientação das professor Rogério Kozima



Naviraí/ MS
Novembro

Introdução :
A célula é a unidade básica da vida e os sistemas vivos crescem pela multiplicação de células. Nos organismos unicelulares, as células crescem até certo tamanho pela assimilação de material do ambiente e pelo uso desses materiais em novas moléculas funcionais e estruturais. Ao atingirem um dado tamanho, dividem-se. As células-irmãs, cada qual metade em tamanho da célula original, crescem por sua vez. No organismo unicelular, a divisão celular pode ocorrer todos os dias ou mesmo em intervalos de poucas horas, produzindo uma sucessão de organismos potencialmente imortais. Em muitos animais e plantas unicelulares, a divisão celular é o meio pelo qual o organismo cresce e também o meio pelo qual tecidos lesados ou gastos são substituídos ou reparados. Em todos esses exemplos, as células produzidas são estrutural e funcionalmente semelhantes entre si e às células parentais.


Justificativa:
A principal justificativa desta atividade é o fato de que somente cerca de 10% dos estudantes conseguem entender que a segregação dos alelos de um gene (1ª lei de Mendel) e a segregação independente dos alelos que determinam características distintas (2ª lei de Mendel) ocorrem como conseqüência dos genes estarem localizados nos cromossomos e do comportamento destes durante a formação dos gametas (meiose). Uma outra justificativa, é que há muito a Biologia e a Genética vêm saindo do laboratório e se integrando ao cotidiano das pessoas. No decorrer da história humana sempre houve muita curiosidade sobre a herança biológica, isto é, sobre como os filhos herdam as características dos pais. Mesmo antes de sabermos
que o DNA é o material hereditário, a Genética já afetava nossas vidas de diversas maneiras. A seleção genética permitiu obter linhagens de animais e plantas mais produtivas, mais saborosas, mais ricas em vitaminas, etc. Atualmente, a produção mundial de alimentos vem aumentando e sua qualidade tem sido aprimorada
graças à aplicação de conhecimentos genéticos. O desenvolvimento da Genética também tem permitido saber como certas doenças são transmitidas ao longo das
gerações. Conhecendo-se o modo de transmissão hereditária de uma patologia é possível, por exemplo, estimar as chances de uma casal vir a ter filhos portadores. Com isso pode-se realizar o aconselhamento genético, ou seja, orientar casais alertando-os para uma gravidez de alto risco, que poderia ser evitada.
Atualmente, conhecermos princípios da Genética e seus eventuais benefícios e riscos é de fundamental importância para uma participação ativa e consciente na sociedade contemporânea, em discussões como o aborto terapêutico, o uso de alimentos geneticamente modificados, a terapia gênica, etc. É importante que todo cidadão conheça os fundamentos desta área da ciência, uma vez que sua aplicação afeta diretamente nossas vidas e, se for mal empregada, poderá acarretar conseqüências dramáticas não apenas para nossa geração, mas também para as gerações futuras (Amabis e Martho, 2001).



Objetivos Gerais:
O conceito do aprendendo a aprender marcou uma época histórica da educação, pela defesa da idéia de que são as pessoas que devem buscar o conhecimento, num processo contínuo de atualização, que leve cada um a adquirir os instrumentos para uma permanente renovação do saber. A essência da formação do indivíduo é a compreensão do modo como os saberes se organizaram e reorganizaram. Entretanto, os conhecimentos sempre serão essenciais em qualquer processo de aprendizagem. Em toda situação pedagógica há um professor, um aluno e um saber. Na pedagogia clássica, o professor está ligado ao saber e o aluno tem muito pouca importância no processo; na pedagogia dita inovadora, o professor está ligado ao aluno e o saber tem um papel secundário. Atualmente, o caminho é no sentido de privilegiar a relação entre o aluno e o saber, cabendo ao professor papel fundamental, não tanto na transmissão do saber, mas como mediador e facilitador, no apoio ao aluno na construção e na configuração desse saber. As atividades práticas, as simulações e os jogos são elementos muito valiosos no processo de apropriação do conhecimento. Permitem o
desenvolvimento de competências no âmbito da comunicação,
das relações interpessoais, da liderança e do trabalho em equipe utilizando a relação cooperação/competição em um contexto formativo. A interação oferece o estímulo e o ambiente propícios que favorecem o desenvolvimento espontâneo e criativo dos alunos e permitem ao professor ampliar seu conhecimento de técnicas ativas de ensino, desenvolver capacidades pessoais e profissionais para estimular nos alunos a capacidade de comunicação e expressão mostrando-lhes uma nova maneira, lúdica, prazerosa e participativa de relacionar-se com o conteúdo escolar, levando a uma maior apropriação dos conhecimentos envolvidos. A utilização de parodias para o entendimento da meiose propicia ao aluno assimilar no plano concreto os principais eventos relacionados à transmissão das características hereditárias, o que permite que a aprendizagem se processe de uma maneira integral e global, ganhando um novo significado.





Desenvolvimento:
A sala será dividida em cinco grupos, cada grupo ficará responsável por desenvolverem uma parodia referente a meiose ou mitose após assistir vários vídeo no yotube , o grupo fará pesquisa na internet , sobre os eventos que procedem as fazes em questão, com a pesquisa realizada , cada grupo ira elaborar um texto em forma de parodia, que será apresentado para a sala e editado, para após a realização do trabalho ser exibido na escola através de um concurso de parodia sobre mitose e meiose


Recursos Humanos: alunos do primeiro ano

Recursos Materiais; Câmara fotográfica, Filmadora, Data Show, Computadores, Internet

AVALIAÇÃO FORMATIVA
Muitas estratégias de avaliação formativa oferecem a alunos e professores os tipos de informação necessários ao aprimoramento do aprendizado: Assim será aplicado a avaliação obedecendo os critérios abaixo
1. Estratégias para definir as necessidades dos alunos, como examinar o trabalho do aluno, analisando organizadores parodias e realizando debates
2. Estratégias para estimular a autonomia, como auto-avaliação, comentários dos colegas e agrupamento cooperativo
3. Estratégias para monitorar o progresso, como observações informais, anotações circunstanciais e registros de aprendizado
4. Estratégias para verificar o entendimento, como diários, entrevistas e questionamento informal



Tempo de Duração : 15 dias

CRONOGRAMA
Atividades Outubro Novembro Dezembro
Elaboração do projeto
X
X

Aplicação do Projeto X
Apresentação e Avaliação X



Referencias bibliográficas
http://www.youtube.com/watch?v=_WNZbMRxyGA

http://www.angelfire.com/al/alessandroestudos/mitose.html

http://www.algosobre.com.br/biologia/divisao-celular.html

http://rubiaribeirooliveira.blogspot.com/2008/11/mitose-e-meiose.html
http://educacao.uol.com.br/biologia/mitose-e-meiose-os-dois-processos-de-divisao-celular.jhtm

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Atividade 3.3 – Contextualizando a Mudança – da Teoria à Prática

GOVERNO DO ESTADO DE MATO GROSSO DO SUL
SECRETARIA DE ESTADO DE EDUCAÇÃO
NÚCLEO TECNOLÓGICO EDUCACIONAL - NAVIRAÍ
ESCOLA Antonio Fernandes
RUA __ ___________________ CEP79950000

PLANO DE AULA – SALA DE TECNOLOGIA EDUCACIONAL

Professor(a): Mauricio Candido

Disciplina: Biologia Ano/série: 1 º ano Turma: A

Data do Planejamento: 17/101/2011. Número de aulas: 01

Data da aula: 29/11/2011
Conteúdos: Biologia /Mitose e suas fases
Objetivos/Habilidades:
1) Reconhecer a importância da mitose para a nossa vida;
2) Perceber que o processo mitótico apresenta diferentes fases;
3) Identificar as fases: prófase, metáfase, anáfase e telófase.

Metodologias :

1) Leitura individual do texto "Mitose e meiose: Os dois processos de divisão celular no organismo animal";
2) Em seguida, o professor solicitará que a leitura ocorra em voz alta realizada por diferentes alunos durante a aula; da paródia a ser executada com uso de violão
3) Discussão da parodia , verificando o entendimento do mesmo;
4) Demonstração através de slides ou apresentação em Power Point sobre as etapas do processo mitótico;
5) O professor deverá enfatizar a importância da mitose para nossa vida e para os outros seres vivos, ressaltando o ocorrido em cada fase;
Avaliação: Participação dos alunos

Aplicativo(s) utilizado(s):

Acesso à Internet? ( x ) Sim ( ) Não





Mauricio Candido Professor Regente
Elisângela Pereira da Silva/ Professor em Sala de Tecnologia Educacional

Luis Carlos Mutuan/ Coordenadora Pedagógica

Site(s): http://www.youtube.com/watch?v=_WNZbMRxyGA

Letra da parodia Mitose e Meiose
Ei, pra dividir
MITOSE vem aí, MITOSE vem aí, opá! (2X)

A INTÉRFASE vai preparar, e em G1 produz RNA
no S DNA vai duplicar, G2 mais proteínas, pra tudo começar...
E agora não erro mais não (não erro mais não)
Quero entender como é a divisão
Se for MITOSE 4 fases tem
E pra formar tecido a mesma sempre vem (a mesma sempre vem)

PRÓFASE os cromossomos
já duplicados começam a espiralar
nucléolo e carioteca vão desaparecer
mas em compensação vai fuso aparecer

Na METÁFASE é bem legal (é bem legal)
tudo na placa equatorial
e a máxima espiralização
centrômeros no entanto já se duplicarão (já se duplicarão)

Na ANÁFASE já separadas
e as cromátides pros pólos são puxadas
e pra ocorrer por tanto a migração
são as fibras do fuso que se encurtarão

Na TÉLOFASE pra encerrar (pra encerrar)
os cromossomos já vão descondensar
nucléolo e carioteca vão REAPARECER
são duas celulinhas que agora vamos ter (que agora vamos ter)

Mas na MEIOSE é outro papo
de uma célula agora formam 4
são 8 fases pra reprodução
esporos ou gametas já aparecerão (já aparecerão).

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Contextualizando a mudança Atv 3.2

Dentro da sala de aula o diálogo é o caminho mais viável na construção de um conhecimento consistente de confiança e duradouro, é através dele que o professor consegue ter a percepção das dificuldades e habilidades de seus alunos. Neste ambiente os alunos oportunizam situações que possibilitam uma interação onde o diálogo passa a ser à base de um bom relacionamento dentro e fora do ambiente escolar. O professor pode aproveitar este momento de conversa, muitas das vezes informal, para esclarecer dúvidas a respeito dos mais variados assuntos, que nem sempre está na grade curricular, mas, que com certeza fazem parte dos Temas Transversais. Neste contexto nada mais próprio que utilizar estes momentos e favorecer nossas aulas.

Os desafios da linguagem do século XXI para a aprendizagem na escola

"Para mim, essa grande mudança começa com o professor. Temos que cuidar do professor, porque todas essas mudanças só entram bem na escola se entrarem pelo professor – ele é a figura fundamental. Não há como substituir o professor. Ele é a tecnologia das tecnologias, e deve se portar como tal."





Realmente esta fala de Pedro Demo é fundamental, pois mudança tem que ocorrer, mas nao apenas na estrutura fisica, com escolas mais equipadas, porque isto e facil, pode acontecer em um curto espaço de ,basta dinheiro, é isto, com certeza sabemos que existe, mas a mudança a estrutura do professor é complicado, muito complicado mesmo, e leva muito tempo

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Pedro Demo

Pedro Demo aborda os desafios da linguagem no século XXI
Segunda-feira, 07 de Julho de 2008 - 14 comentário(s) - 1355 Visualizações
Pedro Demo é professor do departamento de Sociologia da Universidade de Brasília (UnB). PhD em Sociologia pela Universidade de Saarbrücken, Alemanha, e pós-doutor pela University of California at Los Angeles (UCLA), possui 76 livros publicados, envolvendo Sociologia e Educação. No mês passado esteve em Curitiba para uma palestra promovida pela Faculdade Opet, e conversou com o Nota 10.

O tema de sua palestra é “Os desafios da linguagem do século XXI para a aprendizagem na escola”. Quais são os maiores desafios que professores e alunos enfrentam, envolvendo essa linguagem?

A escola está distante dos desafios do século XX. O fato é que quando as crianças de hoje forem para o mercado, elas terão de usar computadores, e a escola não usa. Algumas crianças têm acesso à tecnologia e se desenvolvem de uma maneira diferente - gostam menos ainda da escola porque acham que aprendem melhor na internet. As novas alfabetizações estão entrando em cena, e o Brasil não está dando muita importância a isso – estamos encalhados no processo do ler, escrever e contar. Na escola, a criança escreve porque tem que copiar do quadro. Na internet, escreve porque quer interagir com o mundo. A linguagem do século XXI – tecnologia, internet – permite uma forma de aprendizado diferente. As próprias crianças trocam informações entre si, e a escola está longe disso. Não acho que devemos abraçar isso de qualquer maneira, é preciso ter espírito crítico - mas não tem como ficar distante. A tecnologia vai se implantar aqui “conosco ou sem nosco”.

A linguagem do século XXI envolve apenas a internet?

Geralmente se diz linguagem de computador porque o computador, de certa maneira, é uma convergência. Quando se fala nova mídia, falamos tanto do computador como do celular. Então o que está em jogo é o texto impresso. Primeiro, nós não podemos jogar fora o texto impresso, mas talvez ele vá se tornar um texto menos importante do que os outros. Um bom exemplo de linguagem digital é um bom jogo eletrônico – alguns são considerados como ambientes de boa aprendizagem. O jogador tem que fazer o avatar dele – aquela figura que ele vai incorporar para jogar -, pode mudar regras de jogo, discute com os colegas sobre o que estão jogando. O jogo coloca desafios enormes, e a criança aprende a gostar de desafios. Também há o texto: o jogo vem com um manual de instruções e ela se obriga a ler. Não é que a criança não lê – ela não lê o que o adulto quer que ele leia na escola. Mas quando é do seu interesse, lê sem problema. Isso tem sido chamado de aprendizagem situada – um aprendizado de tal maneira que apareça sempre na vida da criança. Aquilo que ela aprende, quando está mexendo na internet, são coisas da vida. Quando ela vai para a escola não aparece nada. A linguagem que ela usa na escola, quando ela volta para casa ela não vê em lugar nenhum. E aí, onde é que está a escola? A escola parece um mundo estranho. As linguagens, hoje, se tornaram multimodais. Um texto que já tem várias coisas inclusas. Som, imagem, texto, animação, um texto deve ter tudo isso para ser atrativo. As crianças têm que aprender isso. Para você fazer um blog, você tem que ser autor – é uma tecnologia maravilhosa porque puxa a autoria. Você não pode fazer um blog pelo outro, o blog é seu, você tem que redigir, elaborar, se expor, discutir. É muito comum lá fora, como nos Estados Unidos, onde milhares de crianças de sete anos que já são autoras de ficção estilo Harry Potter no blog, e discutem animadamente com outros autores mirins. Quando vão para a escola, essas crianças se aborrecem, porque a escola é devagar.

Então a escola precisa mudar para acompanhar o ritmo dos alunos?

Precisa, e muito. Não que a escola esteja em risco de extinção, não acredito que a escola vai desaparecer. Mas nós temos que restaurar a escola para ela se situar nas habilidades do século XXI, que não aparecem na escola. Aparecem em casa, no computador, na internet, na lan house, mas não na escola. A escola usa a linguagem de Gutenberg, de 600 anos atrás. Então acho que é aí que temos que fazer uma grande mudança. Para mim, essa grande mudança começa com o professor. Temos que cuidar do professor, porque todas essas mudanças só entram bem na escola se entrarem pelo professor – ele é a figura fundamental. Não há como substituir o professor. Ele é a tecnologia das tecnologias, e deve se portar como tal.

Qual é a diferença da interferência da linguagem mais tecnológica para, como o senhor falou, a linguagem de Gutenberg?

Cultura popular. O termo mudou muito, e cultura popular agora é mp3, dvd, televisão, internet. Essa é a linguagem que as crianças querem e precisam. Não exclui texto. Qual é a diferença? O texto, veja bem, é de cima para baixo, da esquerda para a direita, linha por linha, palavra por palavra, tudo arrumadinho. Não é real. A vida real não é arrumadinha, nosso texto que é assim. Nós ficamos quadrados até por causa desses textos que a gente faz. A gente quer pensar tudo seqüencial, mas a criança não é seqüencial. Ela faz sete, oito tarefas ao mesmo tempo – mexe na internet, escuta telefone, escuta música, manda email, recebe email, responde - e ainda acham que na escola ela deve apenas escutar a aula. Elas têm uma cabeça diferente. O texto impresso vai continuar, é o texto ordenado. Mas vai entrar muito mais o texto da imagem, que não é hierárquico, não é centrado, é flexível, é maleável. Ele permite a criação conjunta de algo, inclusive existe um termo interessante para isso que é “re-mix” – todos os textos da internet são re-mix, partem de outros textos. Alguns são quase cópias, outros já são muito bons, como é um texto da wikipedia (que é um texto de enciclopédia do melhor nível).

Qual a sua opinião sobre o internetês?

Assim como é impossível imaginar que exista uma língua única no mundo, também existem as línguas concorrentes. As sociedades não se unificam por língua, mas sim por interesses comuns, por interatividade (como faz a internet por exemplo). A internet usa basicamente o texto em inglês, mas admite outras culturas. Eu não acho errado que a criança que usa a internet invente sua maneira de falar. No fundo, a gramática rígida também é apenas uma maneira de falar. A questão é que pensamos que o português gramaticalmente correto é o único aceitável, e isso é bobagem. Não existe uma única maneira de falar, existem várias. Mas com a liberdade da internet as pessoas cometem abusos. As crianças, às vezes, sequer aprendem bem o português porque só ficam falando o internetês. Acho que eles devem usar cada linguagem isso no ambiente certo – e isso implica também aprender bem o português correto.

O senhor é um grande escritor na área de educação, e tem vários livros publicados. Desses livros qual é o seu preferido?

Posso dizer uma coisa? Eu acho que todos os livros vão envelhecendo, e eu vou deixando todos pelo caminho. Não há livro que resista ao tempo. Mas um dos que eu considero com mais impacto – e não é o que eu prefiro – é o livro sobre a LDB (A Nova LDB: Ranços e Avanços), que chegou a 20 e tantas edições. É um livro que eu não gosto muito, que eu não considero um bom livro, mas... Outros livros que eu gosto mais saíram menos, depende muito das circunstâncias. Eu gosto sobretudo de um livrinho que eu publiquei em 2004, chamado Ser Professor é Cuidar que o Aluno Aprenda. É o ponto que eu queria transmitir a todos os professores: ser professor não é dar aulas, não é instruir, é cuidar que o aluno aprenda. Partir do aluno, da linguagem dele, e cuidar dele, não dar aulas. O professor gosta de dar aula, e os dados sugerem que quanto mais aulas, menos o aluno aprende. O professor não acredita nisso, acha que isso é um grande disparate. Mas é verdade. É melhor dar menos aulas e cuidar que o aluno pesquise, elabore, escreva - aprenda. Aí entra a questão da linguagem de mídia: a língua hoje não é dos gramáticos, é de quem usa a internet. Então a língua vai andar mais, vai ter que se contorcer, vai ser mais maleável.

Então o professor gosta de dar aulas deve mudar esse pensamento?

É um grande desafio: cuidar do professor, arrumar uma pedagogia na qual ele nasça de uma maneira diferente, não seja só vinculado a dar aulas. A pedagogia precisa inventar um professor que já venha com uma cara diferente, não só para dar aulas e que seja tecnologicamente correto. Que mexa com as novas linguagens, que tenha blog, que participe desse mundo – isso é fundamental. Depois, quando ele está na escola, ele precisa ter um reforço constante para aprender. É preciso um curso grande, intensivo, especialização, voltar para a universidade, de maneira que o professor se reconstrua. Um dos desejos que nós temos é de que o professor produza material didático próprio, que ainda é desconhecido no Brasil. Ele tem que ter o material dele, porque a gente só pode dar aula daquilo que produz - essa é a regra lá fora. Quem não produz não pode dar aula, porque vai contar lorota. Não adianta também só criticar o professor, ele é uma grande vítima de todos esses anos de descaso, pedagogias e licenciaturas horríveis, encurtadas cada vez mais, ambientes de trabalho muito ruins, salários horrorosos... Também nós temos que, mais que criticar, cuidar do professor para que ele se coloque a altura da criança. E também, com isso, coloque à altura da criança a escola – sobretudo a escola pública, onde grande parte da população está.

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Comente14 comentário(s)
Concordo em partes com Pedro Demo, a tecnologia precisa entrar em nossas escolas; tanto para prender mais à atenção dos alunos, como também dar oportunidade para muitos terem conhecimentos de um novo aprendizado, enfim uma forma de conquistar mais os alunos para a escola.
Mas também não podemos deixar para traz a antiga linguagem, onde o aluno domina e expõe oralmente, elabora uma redação, sabe fazer uma dissertação enfim uma linguagem culta e de qualidade.
Precisamos usar o bom senso , inovando sem deixar nossas raízes.

Por: CLEUSA - Quinta-feira, 22 de Setembro de 2011 - 00:28

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Penso como educadora que todo professor deve estar em contínua reciclagem, pois neste mundo digital em que as crianças estão inseridas somos apenas coadjuvantes. Conseguir acompanhar todas estas transformações que acontecem todos os dias é um desafio que temos em nossa profissão. Devemos sim, fazer parte deste processo da aprendizagem do nosso educando de forma interativa, onde aquilo que ele traz seja de grande valia neste processo em sala de aula. Concordo com Demo quando sintetiza que somos os responsáveis pelas mudanças que acontecem na escola, somos nós professores que trazemos estas até nossos alunos. Nós somos sempre os aprendizes de toda essa diversidade de mudanças.

Por: Selma Cucolotto Naginski - Terça-feira, 20 de Setembro de 2011 - 22:25

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Em relação à pergunta: Então a escola precisa mudar para acompanhar o ritmo dos alunos? Ao responder esta pergunta, Pedro Demo,diz: "Precisa, e muito. Não que a escola esteja em risco de extinção, não acredito que a escola vai desaparecer. Mas nós temos que restaurar a escola para ela se situar nas habilidades do século XXI, que não aparecem na escola. Aparecem em casa, no computador, na internet, na lan house, mas não na escola. A escola usa a linguagem de Gutenberg, de 600 anos atrás. Então acho que é aí que temos que fazer uma grande mudança. Para mim, essa grande mudança começa com o professor. Temos que cuidar do professor, porque todas essas mudanças só entram bem na escola se entrarem pelo professor – ele é a figura fundamental. Não há como substituir o professor. Ele é a tecnologia das tecnologias, e deve se portar como tal".
Cabe salientar que esta fala reflete uma grande verdade. Não tem como consquistar alunos para que frequentem a escola e gostem dela, tendo interesse pelos estudos, sem que se apresente a eles ao menos parte dos conhecimentos que eles utilizam fora da escola. Que o professor deve ser o que leva as informações na escola, que por ele possam entrar e chegar até os alunos com a devida segurança, também é verdade. Se o professor não for conhecedor, ou não souber trabalhar com, ou sobre aquilo que o aluno espera aprender, a aprendizagem não acontece, pois o educando não demonstrará interesse. O professor ficará falando/escrevendo, falando/escrevendo... e o tempo passando, e sendo perdido.Ó único interessado pela aula poderá ser o professor, como forma de "cumprir" o seu papel.


Por: Libera Galeti Fin - Sábado, 17 de Setembro de 2011 - 22:50

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Quem é contra o argumento utilizado nesta entrevista é o professor que não se preocupa em elaborar aulas, que têm pavor pelo Laboratório de informática. Pois esse professor acha que quanto menos trabalho melhor.

Por: João Marcelo - Quarta-feira, 31 de Agosto de 2011 - 14:40

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Realmente o aluno tem bom senso quando não está sendo obrigado a escrever ou aler e faz isso de maneira surpreendente quando nos deparamos com sua capacidade de armazenamento de conteudos da internete e jogos, sem falar da capacidade que as crianças tem de aprender a manusear um computador. Pena que o nosso estado MT, está muito longe desta realidade, onde a grande maioria das criaças nunca tiveram nenhum contato com um computador.

Por: Mario zan - Quarta-feira, 24 de Agosto de 2011 - 18:25

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Muito interessante a entrevista de Pedro Demo. Das ideias apresentadas destaco essa: SER PROFESSOR É CUIDAR QUE O ALUNO APRENDA. Nesse processo pode e deve entrar o computador, celular, calculadora, jogos do computador, brincadeiras populares, data show, livro didático, paradidáticos, quadro, giz, brincadeiras, ábaco, material reciclável, aulas de campo, aulas expositivas, aulas interativas, entre tantas outras possibilidades que precisaria de várias páginas para enumerar. Como ingrediente principal para mediar a APRENDIZAGEM a partir de todas essas possibilidades precisamos de um professor BEM REMUNERADO que tenha a docência como paixão. Um professor que GOSTE MUITO do que faz. Abraço Fraterno!!!!

Por: Patrícia Santos - Quarta-feira, 03 de Agosto de 2011 - 18:21

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Concordo com a professora Judite. Estou há muito tempo trabalhando em escola pública e sei trabalhar com computador desde 1982, época em que nem se falava em computador nas escolas. Hoje, as escolas estão muito bem equipadas de computadores, dvd, projetor de slide digital que não funcionam e de internet que desconectam o tempo todo. Às vezes, a semana toda. Não é fácil realizar uma atividade com equipamentos que só enfeitam a escola. Por isso, temos que voltar para os livros, quadro, giz, etc.

Por: Jerusa Lopes - Quinta-feira, 21 de Julho de 2011 - 22:11

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Gostei da entrevista e acredito que o professor deva utilizar-se das tecnologias em sala de aula sim. Porém, defendo o livro. Gosto de imaginar e fantaziar. Possibilidades encontradas numa boa história! Nada contra o texto que já vem com imagens, sons e animação!

Por: Zilda M. B. Alves - Sexta-feira, 01 de Julho de 2011 - 15:08

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Certamente que a entrevista nos faz elencar em nossas mentes tantas interrogações do profissional que somos, fomos e seremos daqui para frente com as mudanças tecnológicas avançando cada vez mais, porém concordo com a colega que diz sobre os nossos grandes escritores que porventura não possuiam tecnologias apenas " a pena e o tinteiro". Dá-se uma impressão de que para se formar um aluno com boas ideias, deve-se jogar tudo fora e abraçar somente as mídias que muitas e muitas vezes erram. Parece-nos que seria um pecado mortal ensinar aos alunos a gostarem de manusear um livro, pois como diz Ziraldo na internet por mais atrativa que seja, não conseguimos sentir o cheiro das páginas de um livro...eu particularmente, utilizo muitas tecnologias para complementar minhas aulas, mas ensino meus alunos a sentirem por si mesmos que além das tecnologias, existem muitas tarefas boas que ainda podemos realizar de forma real, desde uma brincadeira de roda, um abraço, e a leitura de um bom livro proporcionando-lhes também a aquisição de conhecimento e de saberes acumulados em outras épocas...isso é incrível quando de repente você percebe que muitos deles gostam sim e se interessam e que aí está também a prova de que as tecnologias muitas vezes também cansa-os...por colocá-los ás vezes em um mundo muito facilitador...e onde todas as cores já estão pré-determinadas, ou seja, acabam sendo meros executadores de programas.

Por: Cirlei - Segunda-feira, 27 de Junho de 2011 - 20:28

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Realmente, precisamos ouvir algumas verdades como estas ditas por Pedro Demo de vez em quando. As crianças de hoje não são como antigamente. Há um tempo nasciam e abriam os olhos com sete dias, hoje já nascem assistindo TV. Muita coisa mudou, mas permanece dominando na escola, a maior parte do tempo, o giz, o quadro e o livro didático. E ainda querem que os alunos permaneçam sentados, em silêncio durante quatro horas, em salas quentes, mal ventiladas, para os professores conseguirem ” dar suas aulas”. Pedro Demo destaca em alguns de seus livros que o professor deve ser um pesquisador, que busca, que produz, que constrói. O mundo está mudando numa velocidade nunca vista e isso implica ao professor atender, além das exigências advindas do universo sóciopolítico e econômico, as demandas provenientes de uma nova cognição.


Por: Rosimar de Freitas - Quinta-feira, 02 de Junho de 2011 - 21:49

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Pedro Demo é PEDRO DEMO!
Um dos maiores escritores sobre educação do Brasil.
Que entrevista heinn!?
Adorei tudo!
Que acertada em cheio quando diz que o PROFESSOR é a TECNOLOGIA das TECNOLOGIAS!
Todo professor deveria ler esta entrevista.
Ela só perde para o discurso da professora Amanda Gurgel que retrata da péssima situação da educação brasileira.

Por: Idomar de Souza França - Terça-feira, 24 de Maio de 2011 - 17:29

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CONCORDO EM PARTES COM O DEMO,UMA VEZ QEU PENSO QUE A TECNOLOGIA PODE SIM AUXILIAR NO ENSINO APREDIZADO;MAS UMA VEZ QUE DEVE TER OBJETIVO,FUNDAMENTO E PRINCIPALMENTE SABER USAR O PORTUGUÊS CORRETO.NÃO APENAS O QUE VEMOS HOJE, O MUNDO TECNOLÓGICO FORMANDO ALUNOS QUE NÃO SABE FALAR E NEM ESCREVER CORRETO;PORQUE A LINGUAGEM TECNOLÓGICA É OUTRA COMO DIZ O DEMO "MALEÁVEL",A MINHA PREOCUPAÇÃO COMO A DE MUITOS PROFESSORES É FORMAR ALUNOS CAPAZ DE PENSAR,CRIAR,INVENTAR,QUESTIONAR,REPRODUZIR E BUSCAR.NÃO QUEREMOS ALUNOS APENAS COPIADORES QUE NÃO DOMINAM A LINGUAGEM CULTA,QUE NÃO CONSEGUE EXPOR ORALMENTE,NEM MUITO MENOS ELABORAR UMA REDAÇÃO,UMA DISSERTAÇÃO,PASSAR NUM VESTIBULAR.PORQUE NÃO SABE ESCREVER E NEM LER COMO DEVE E ESPERA A EDUCAÇÃO DE QUALIDADE A EDUCAÇÃO DE UM PAÍS DE 1º MUNDO.ENTÃO NÃO BASTA SÓ O MUNDO TECNOLÓGICO É PRECISO ENSINAR,MEDIAR,CONDUZIR MESMO.E OS MELHORES ESCRITORES DA NOSSA LITERATURA NO SÉCULO XVII,XVIII E XIX NÃO VIVERAM A TECNOLOGIA,FORAM A "PENA E O TINEIRO" NEM POR ISSO DEIXARAM DE SER BONS ESCRITORES.A TECNOLOGIA AJUDA, INFUENCIA,AUXILIA MAS NÃO É TUDO.COCORDO PLENAMENTE COM A COMENTÁRIO QUE AFIRMA A PROFESSORA JUDITE.

Por: ZENILDA - Terça-feira, 24 de Maio de 2011 - 12:27

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Não concordo em nada sobre as idéias do autor. Floriou muito o discurso, percebe se que ele não conhece a realidade dos nossos alunos, muito menos realidades familiar e principalmente não conhece a realidade de uma sala de aula.

Por: Judite Lemos - Quinta-feira, 19 de Maio de 2011 - 10:40

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Há muito tempo não lia algo tão interessante sobre a educação e principalmente sobre o professor.
Estou semrpre em busca de algo nova para exercer a mnha profissão,porém, confesso, não me contento com o que encontro.
O texto em questão me fez repensar várias coisas.

Por: joana batista antonia de bastos - Segunda-feira, 16 de Maio de 2011 - 11:55